domingo, 25 de dezembro de 2011

FÉRIAS DE VERÃO - Para Nelson Carrozzo

Meu Querido Nelson

Estou aqui muito alegre com a sua vinda. Espero que não desista!

Aqui na Bahia era muito comum nesta época do ano, as famílias crescerem... Chegavam primos, tios e amigos de todas as paragens, para curtir um pouco do verão baiano. Meu Deus, como isso alegrava a cidade de São Salvador!

Aos poucos estamos perdendo este costume. Acho que as pessoas foram empobrecendo e não podem mais encher a casa, ou talvez estejamos ficando europeus demais. Frios demais, preocupados demais com a nossa privacidade, com manter a nossa rotina, com as nossas manias... Não sei! Sei que já não temos mais as casas cheias, os plays cheios de crianças novas, caras novas, sotaques diferentes, jeitos diferentes, gente diferente!

Ah, meu querido, que alegria especial a sua vinda me devolve me fazendo lembrar daqueles dias de primos e primas vindos do Rio, dos primos e primas dos meus amigos e vizinhos vindos de todo canto do Brasil.

Que coisa gostosa... Os namoros de verão com gente que jamais veríamos de novo, os passeios com os amigos novos, os amigos dos amigos de sempre...

Ah, quantas lembranças boas sua vinda me trás. Quanta alegria de férias de verão. Quanta alegria...

Um beijo com carinho, Valéria

O QUE SONHO PARA CLARA - Para amigas mães de meninas

Para Gorette, Maria Presídio, Fabiana Lima, Regina Bergman, Bruna, Cristiane Almeida, Lydia de Brito, Melina, Priscilla, e Cora
(Para Cora, especialmente, porque vai ser avó e para estas amigas que são mães de meninas e como mães perdem o sono e se apavoram com o futuro desconhecido. Creio que além de tudo que fazemos, nos reste um desejo forte, um sonho vívido e rezar para que tudo seja como esperamos.)

“Que ela seja feliz” não é como o meu desejo aparece na minha cabeça. Dizer que quero que minha filha seja feliz é uma coisa abstrata demais para mim. Quando penso no que quero para Clara, nunca penso nesta frase. Ela me parece coisa de quem não sabe o que quer, mesmo, para o filho e vazia de significado. Eu vou dizer aqui, o que eu sonho, penso, desejo para minha filha acreditando que são estas coisas que dão significado à frase “Que ela seja feliz”.


Eu quero que Clara tenha muitos amigos sinceros, verdadeiros e que sejam gente de bem. Que com eles, ela forme uma rede de proteção e suporte forte e duradoura e que ela se divirta muito com eles.

Eu quero que Clara saiba o que ela verdadeira quer da vida e na vida o mais cedo possível, a fim de que ela possa trabalhar com dedicação, encontrando paciência e perseverança para a realização deste querer.

Quero que Clara encontre prazer no estudo de uma área do conhecimento, que a leve a aprofundar seus estudos se tornando uma profissional realizada, reconhecida, respeitada e muito bem paga. Que ela encontre prazer na profissão.

Quero que Clara, seja sábia e perceba, logo cedo, que a felicidade está no caminhar, na construção prazerosa do seu futuro, na consciência do porquê de cada passo, no enfrentamento das questões do dia-a-dia como se fossem desafios de um jogo interessante.

Quero que Clara perceba, desde cedo, que os problemas que às vezes aparecem são oportunidades de crescimento, aperfeiçoamento intelectual e espiritual e que eles são externos a ela, não são ela, e assim não se culpe por eles e tenha tranqüilidade para resolvê-los.

Eu quero que Clara encontre um grande amor num cara bacana, inteligente, que ele a ame de verdade, que seja bom profissional e ganhe muito dinheiro com seu trabalho, que eles se divirtam muito juntos e sejam amigos.

Quero que Clara tenha um ou dois filhos, que sejam bons para ela, estudiosos, bem sucedidos profissionalmente, alegres e tranqüilos e ela seja uma mãe amorosa, divertida e sempre presente.

Quero que Clara seja, no ser e no ter, elegante como uma lady!

HAVAIANAS ROXAS - Para Ana Suely

Na verdade são azul-rei.
Os homens não dominam cores:
“As havaianas são roxas”
É o que pensa ele.

São azul-rei e as uso como minhas
São dele, mas são minhas.
E piso dona desse pequeno território,
Que, por contraditório, não é meu.
Grandes, maiores que meus pés,

As havaianas são minhas, mas nelas o vejo.
São roxas, se são dele.
São azul-rei, se são minhas.

O QUE HÁ DE MODERNO NA FILA - Para Davi Oliveira e Adriano Oliveira

Diz-se que moderno para os dias de hoje é encontrar uma forma mais tranqüila para se viver. Revistas para ensinar-nos como fazer, proliferam: Bons Fluidos, Vida Simples, Viver Bem e Cia. Do caos, algo assim “pós-moderno”, nasce uma onda “zen” com ares de verdadeiramente moderna!

Parece que moderno é aquietar a mente, esticar a espinha e tranqüilizar o coração. Tudo isto e mais cuidar bem do corpo. Que coisa! Há alguns anos atrás, já não era tudo assim? Era! As mentes brilhavam em meio a recursos escassos, porque tinham tempo para simplesmente pensar. Tinham tempo para aquietar-se. Éramos mais magros, mais leves e mais dignos. Carregávamos as nossas dores e sabores com mais elegância sobre espinha devidamente reta. E como o amor era mais presente ou mais manifesto em flores, cartões, canções e salamaleques, dormíamos e vivíamos com coração tranqüilo.

Num passado verdadeiramente moderno, tínhamos um senso muito rigoroso de dever e o cumpríamos, o que talvez nos garantisse consciência mais tranqüila. E por falar em dever logo assim depois das eleições, o voto é o dever mais direito e direto do momento e seja um, ou seja outro – pior: sendo os dois – mais de 300 mil soteropolitanos ou afins abriram mão dele. Calaram-se! Perderam dever e direito.

Os que não votaram deixaram de cumprir o dever de se comprometer com o destino da sua cidade. Perderam o direito à festa democrática, da qual todos podem participar, mantidas as exigências mínimas da lei. Perderam uma festa que não conhece preconceito de raça, credo, condição social, econômica, partidária ou opção sexual. Todos juntos iguais. Os que não votaram perderam o show de tecnologia que a cada pleito eleitoral todo o Estado e Nação brasileiros dão: vota-se em menos de um minuto seja lá para quantos cargos for.

Ah, mas o show tecnológico, no entanto, tão “pós-moderno” nos tirou de um passado, que de tão moderno – segundo conceito de hoje – era revolucionário. Revolucionava a nossa solidão, o nosso “insulamento”: o voto em papel nos impunha a fila, a demora, o tempo. E nos deixava em contato com o outro. Dava-nos a oportunidade de estar com o outro... O outro brasileiro votando no presidente, o outro soteropolitano votando no prefeito.

O voto em papel lá do passado – nem tão remoto – nos tomava tempo, mas devolvia-nos o tempo de discutir nossas escolhas com o vizinho de fila, de conhecer o vizinho de fila, de paquerar uma menina ou aquele cara que encontrávamos todos os anos na mesma sala mal cuidada de uma escola pública de nossa zona eleitoral!

Ali na fila se atualizavam as notícias. “Aninha filha de Filó pariu! Não soube? O neném se chama Joaquim e já tem seis meses”; “Marta, finalmente, formou! Foi um festão!”; “D. Cota descansou. A missa de ano é mês que vem”; “Menina! Anota aí o meu celular novo.”. Bem ali na fila, casamentos, separações, nascimentos, falecimentos, formaturas, batizados, prisões, bofetões e “bafafás”, tudo era passado a limpo, discutido e bem explicado.

Aquela fila nos dava tempo, nos deixava em exposição uns diante dos outros e assim éramos mais humanos e verdadeiramente modernos. A fila nos dava tempo e o tempo sempre nos dá humanidade.

O show tecnológico nos tirou de um passado de fraude e corrupção eleitorais. Isto também é verdade! E é para lá de moderno! Então louvemos todas as faces do que se pode chamar, verdadeiramente, moderno: as do futuro e as do passado!

DA JANELA - Para Kátia Meneses

As janelas daqui de casa foram lavadas! Como é um procedimento perigoso, fazemos apenas duas vezes por ano de forma completa, então hoje amanheci vendo melhor a benção que recebi, morando aqui neste 12º andar da Graça!

Para Kátia sem muita explicação. Porque ela me lembra gratidão ao Todo!

TODO DIA TEM SOL - Para Roseane

Todos os dias - os bons e os ruins - têm seu sol.
Todos os dias têm suas alegrias.
Tem gente que vê, tem gente que não vê.
Todos os dias corro atrás da alegria do dia. Todo dia meu sorriso a alcança...
Às vezes já no fim do dia, mas ainda assim é alegria.

Para Roseane que é cheia de sol e alegria.

PALAVRA POR PALAVRA - Para Nilson

Como foi mesmo que as palavras passaram a ter sentido para mim? Sentido que crio?

Quando foi mesmo que as palavras passaram a ser peças que monto e desmonto e formam sentidos, significados, sentimentos e coisas inteiras que passo a entender melhor?

Quando foi que as palavras arrumadas do meu jeito passaram a fazer sentido para outras pessoas?

Quando foi que do léxico se fez o que penso em tinta e papel?

Não sei, não sei, não sei, mas palavra por palavra, vou me entendendo melhor.

PARA RAFAEL II - Para Rafael (de novo)

Eu te amo, mas quero te dar um outro texto: SEM MAIS publicado, aqui, alguns dias atrás.

SEM MOTIVO - Para Rafael

Eu te amo. Ponto e pronto!

CANCERIANAS - Para Teresa Gomes

Cancerianas são oceano feito de gargalhadas, de choros de trovoadas... De emoção!

Cancerianas não são para quem quer, são para quem aguenta, quem acalenta, quem ama, quem desvenda!

SAUDADE DE CARPINEJAR - Para Ricardo

Ric, este primeiro vai para você.

Acabei de ler Canalha! com saudade.

Li o livro muito devagar. Ricardo que me emprestou e nem se importou com minha lerdeza. Esperou o tempo necessário sem cobrar, daquele jeito dele de ser generoso.

Li o livro devagar então. Não li devorando, como as crônicas curtinhas sugerem. Pousei o livro no criado mudo e fui lendo aos poucos, morta de sono, deixando que o homem dos textos impregnasse meus sonhos.

Li um pouquinho a cada dia, antes de dormir, ato último da noite. Algumas vezes acordei no meio da noite sem sono e li para dormir de novo.

Li para me consolar. Li para voltar a chorar.

Li para encontrar respostas e vi que há, mas as que mais gostei, que mais se parecem com meu jeito de ver as coisas só existem no mundo do autor.

Ele, também, inventou um homem que só existe lá.

Terminei de ler Canalha! de Fabrício Carpinejar com saudade.

PRESENTE SEM PRESENTES

Amigos,

Os que já estiveram perto de mim nos dias próximos ao Natal sabem quanto gosto de dar presentes.

Talvez presenteá-los não seja nada que os destaque, porque nesta época, até inimigo ou coisa que o valha, eu já presenteei. É uma paixão, ou mania, por presentear. Gosto da surpresa, da cara de surpresa que fazem ao receber um presente não esperado.

Pois bem! Este ano, o destino foi que me surpreendeu e pode ser que se possa considerar que me presenteando. Fiquei - justo nas últimas semanas do ano - sem nenhum dinheiro. Houve, também, dias sem dinheiro e sem humor.

O humor me teria salvado de ficar de mãos vazias. Poderia ter, junto com alguma habilidade manual que tenho, me animado a fazer presentinhos artesanais - muito mais parecidos, até, com o meu jeito personalizado de presentear. O fato é que eu sem dinheiro e sem humor, terminei por deixar vocês sem presentes.

Hoje, no entanto, amanheci com esta idéia: vou escrever pequenos textos e dá-los de presente. É que eu tenho alguma habilidade com as palavras também. Vocês que andam me convencendo disto, então, agora, aguentem.

Vou pendurar no meu blog os meus presentes como se fora numa árvore de Natal. Vão lá e peguem. Depois de achar o seu, deixe um comentário apenas para que eu saiba que pegaram, abriram, leram e levaram para casa.

Ai, gente! Eu não combino mesmo com pobreza. Sou farta. Nasci para ser rica, mas este ano sem um tostão furado no bolso, aprendi, ou estou aprendendo, que existem riquezas outras a serem conquistadas e, assim, continuo farta e rica só que agora de muitos outros valores!

Feliz Natal!

Valéria

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

REESCRITA

Oxe!!!

Eu escrevo frase com "Z" e ninguém me diz nada?

Não fosse o fato de eu ser a minha maior leitora, ia ficar esta mancha na minha reputação de escritora.

(gargalhadas)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PARA TÊ

Tê Gomes,

Reli um e-mail seu, antigo e nele você me lembrava que a vida é assim mesmo: às vezes pede "muito choro em baixo do chuveiro para ninguém ver".

Tenho chorado muito em baixo do chuveiro, minha amiga tão amada. E isso tem me ajudado a permanecer de pé. A vida resolveu me chatear... Ou testar. E tem sido uma luta sem trégua viver. Nada tem sido fácil, mas eu tenho sobrevivido de olhos abertos, aproveitando para aprender na esperança de que numa próxima vez, eu esteja mais preparada. Não vou estar, mas manter os olhos abertos, a confiança e a alegria tem sido um grande alento para dias de tempestade que ainda virão. As previsões astrológicas não são de todo boas.

Quando uma coisa não dá certo é difícil, mas segue-se numa boa, mas quando todas as coisas resolvem não dar certo, aí temos que aceitar que astros, estrelas, a Via Láctea, toda, está contra você! Não. O humor ainda não perdi.

Sigo assim, então: chorando no carro indo ou vindo para o trabalho, chorando no chuveiro em casa e rindo na rua, no escritório, nas festas de fim de ano... Ah impossíveis festas de fim de ano!

Eu sinto tanto sua falta...

Eu sinto tanta falta da sua certeza de dias melhores e sinto falta de você, mas tenho seus e-mails velhos que ainda guardo e releio, releio, releio...

Valéria

POR UMA IMAGEM

Não, meu querido... Já não é mais a você!

Descobri que amava uma imagem que fiz e não a você... E que os dois não são coincidentes, logo...

Logo, quando te vejo, me assusto com este estranho e fecho os olhos depressa para ver a imagem que amo, aliás foi assim que descobri que amava a imagem e não a realidade.

domingo, 18 de dezembro de 2011

SEM MAIS

Assim sem mais, as coisas vão acontecendo. Assim sem mais, as coisas vão "desacontecendo". Vão acabando.

Quando o que acaba é o amor, o que fica é uma saudade profunda dele próprio. Talvez Nietzsch tenha razão. Amamos o amor e não a pessoa amada. Quando o que acaba é o amor, talvez o que reste seja saudade do que não foi, do não realizado, do que ficou no sonho, no plano, na intenção.

O amor, porém, não morre fácil, nem o faz de forma dramática, espetacular. Ele vai acabando aos poucos de doença crônica, lenta, silenciosa. O amor não acaba num relâmpago de um ato de descuido, desrespeito, desamor ou traição. O amor dá tempo ao ser amado de realizar um ato heróico e resgatá-lo. O amor dá tempo ao tempo para ver se as mágoas já tantas vezes perdoadas se apagam definitivamente.

É certo, no entanto, que o amor acaba.

Acaba todo dia pelas faltas, ausências, desencontros, pela desatenção... Pelo desassossego. Amor não combina com coisas que tais. Neste espaço, coitado, fica desconfortável, sofrido e vai morrendo devagar, mas segue até seu último momento crendo no melhor. O amor morre crendo que alguma coisa inesperada irá acontecer e curá-lo. Definha na esperança.

Quem ama não precisa ter medo de morte súbita, violenta, brusca. Não. O amor de quem ama, morre lentamente e quando se vê, já não é mais amor. Doendo todos os dias, acostuma-se com a dor e aos poucos já quase não se sente que dói, mas um dia acorda-se sem dor mesmo!

Não nos enganemos contudo. Todos que amaram e deixaram de amar sabem o dia exato, em que seu amor por alguém começou a morrer. Sabemos o preciso momento, em que o brilho começou a se apagar como luz de teatro que vai apagando de mansinho. O amor não morre de morte espetacular, mas diz quando começa a se despedir.

Um dia, por motivo recente, ou não, um sinal vindo não sei bem de que parte do nosso corpo, pensar ou sentir, nos diz que já não é mais a mesma coisa. Pronto! A partir daí, observamos o fim se aproximando lentamente. Muitas vezes intensificamos a nossa luta por ficar, para salvar o nosso amor, mas sabemos que será em vão. Nos debatemos sem sucesso...

Outras vezes, apenas nos deixamos ir. Não dizemos frases de efeito, não gritamos, não brigamos, apenas, como afogados, nos entregamos por extremo cansaço ao mar e sem resistir deixamos que a água entre em nossos pulmões. Não escrevemos mais nenhuma outra carta de despedida. Não fazemos gestos bruscos, continuamos a sorrir, a cumprimentar, a conversar... Até mesmo a nos dar. Só que já não sentimos, nem sofremos. E logo já não desejamos... Nem lembramos!

Triste, não!?

domingo, 11 de dezembro de 2011

PRESENTE DE NATAL

No Natal, eu quero um CD de Martinália que tenha Entretanto e Tava por aí também. Quero um CD de Leoni com músicas antigas. Quero um CD de Michael Bubblé cantando velhas baladas. Quero o amor embalado em papel de seda branco amarrado com um belo e farto "laço" de fita vermelho carmim e quero que a noite não acabe nunca, mesmo depois do sol nascer.

sábado, 10 de dezembro de 2011

TRAIÇÃO, FIDELIDADE, FELICIDADE

Zé,

Este artigo não serve às suas teorias "galináceas" sobre as relações. Pelo contrário, ela reforça a minha tese de que viver a monogamia é muito mais desafiador. Sempre te disse isto. Vou morrer crendo nisto... E buscando um homem com quem possa viver todos os dias um novo e o mesmo desafio de construir a felicidade em par.

Beijos, Valéria

Em 9 de dezembro de 2011 21:32, José escreveu:

30/11/2011 - 08h03

'Ser fiel é tão arriscado quanto trair', diz psicanalista
IARA BIDERMAN
EM LONDRES

Autor de livros de sucesso, o psicanalista britânico Adam Phillips atrai leitores fugindo do jargão e tratando de temas como o flerte ou a gentileza, que não costumam receber atenção acadêmica. Suas obras, que combinam psicanálise, filosofia e literatura, são populares, mas ele mesmo, não. Nem e-mail tem. "Restringi ao máximo minhas formas de comunicação." Phillips trabalha agora em "Missing Out", um livro sobre coisas que deixamos de lado na vida, a ser lançado no segundo semestre de 2012. Nesta entrevista feita em seu consultório, em Londres, o autor de "Monogamia" fala sobre riscos da crença no "felizes para sempre".

Folha - Em "Monogamia", o senhor diz que não há nada mais escandaloso do que um casamento feliz. Por quê?
Adam Phillips - O que amamos e odiamos num casamento feliz é ver nossos primeiros desejos e medos acontecendo na vida real. Toda criança começa seu desenvolvimento em uma relação monogâmica, com a mãe. E a maioria passa os primeiros 11, 15 anos da vida muito conectada a mãe e ao pai. É uma espécie de monogamia bissexual. Crescer é passar da necessidade de ter só uma pessoa para a necessidade de ter duas (mãe e pai) e a necessidade e a capacidade de se relacionar com várias.

Daí nossa tendência para a relação monogâmica?
A relação monogâmica é uma memória muito poderosa, é onde começamos. Hoje, muita gente acha difícil manter uma relação monogâmica. Queremos coisas opostas, desejamos coisas proibidas e não sabemos que queremos essas coisas. A cultura torna os desejos muito problemáticos. Muitas pessoas desejam um relacionamento monogâmico, apesar de não serem capazes de lidar com ele.
Quais são as maiores dificuldades da monogamia?
Os problemas surgem quando as pessoas desejam esse tipo de relacionamento, mas não conseguem realizá-lo. E para quem pensa que é isso o que deseja, mas descobre que não era o que queria.

A solução, no caso dessas pessoas, é a infidelidade?
Sim. E pode dar certo, mas sempre com conflito. Todo mundo tem ciúme sexual, ninguém suporta dividir seu parceiro de sexo. Alguns dizem que suportam, mas é impossível. Se amamos e desejamos alguém, não queremos dividi-lo com outros.

Isso tem a ver com a memória da relação entre mãe e bebê?
Sim. E também com o fato de termos necessidades e só determinadas pessoas poderem satisfazê-las.

Concorda com a tese de que mulheres são por natureza propensas à monogamia?
Acredito na teoria da evolução de Darwin, mas penso que evolução envolve cultura. Há boas explicações em termos de sobrevivência da espécie para sustentar que a mulher quer um homem para a vida toda e o homem deseja mais parceiras, mas não acho que a questão da sobrevivência seja a explicação final. Se fosse, a família nuclear seria a única coisa óbvia a se fazer. Há diferentes formas de garantir a reprodução da espécie, há muitos jeitos de criarmos as crianças. E muitas formas de fazer sexo, não explicadas por essas teorias.

O senhor diz que uma sociedade sem a possibilidade de infidelidade seria perigosa...
Seria uma mentira. Colocaria pressão demais nos casais, obrigando um a ser tudo para o outro. É uma demanda moral irrealista. Outro perigo é a monogamia acabar com o desejo e virar uma prisão.

Acha a sociedade hipócrita em relação à monogamia?
Sim, se ela afirmar que é a única forma boa de relação para todos e o tempo todo, mas hoje também há muita gente dizendo que toda relação monogâmica é hipócrita, o que não é verdade. Para alguns, é um desejo genuíno, uma experiência real.

Tão real quanto traição?
As duas formas são construções sociais. O capitalismo trivializou a paixão, fez com que as pessoas se desiludissem em relação ao amor. Isso leva a pensar que as relações sexuais são algo que se compra no mercado só para levar a vida adiante. O capitalismo tenta dissuadir a criação de vínculos reais. E valoriza demais o prazer. E, para a psicanálise, o prazer é sempre um problema. Qualquer pessoa que te venda um prazer fácil está mentindo. Se o que queremos é prazer profundo, com troca entre pessoas, ele será difícil, cheio de conflitos.
Como lidar com os conflitos?
As crianças deveriam ter aulas na escola sobre frustração, para entender como ela é valiosa. Para adultos, a psicanálise ajuda, é educativa. Os adultos precisam aprender a ser adultos. A maioria age como adolescente, não quer crescer, acredita em fórmulas mágicas de relacionamento.

A fórmula 'feliz para sempre'?
Claro, é um ideal enganoso. Assim como achar que a pessoa que não se prende a ninguém é livre. São dois ideais igualmente enganadores.

A monogamia não é também uma forma de evitar riscos?
Pode ser. Correr riscos é muito importante, mas não devemos pressupor que todos os riscos estão na infidelidade. Fidelidade é tão arriscada quanto traição, há muitos riscos na monogamia.
Quais são eles?
Numa relação monogâmica, cada parceiro sabe e não sabe muitas coisas íntimas sobre o outro. Outro risco é descobrir as limitações do relacionamento humano, o quanto a outra pessoa pode de fato fazer por você. E há o risco de formar uma família.
Por que não considerar esses riscos tão atraentes quanto os riscos da traição?
Não fomos capazes de produzir relatos excitantes sobre a monogamia. Os bons romances são sobre adultério. Por isso, é difícil articular de forma interessante os prazeres da monogamia. Fica parecendo algo tedioso. Além disso, fomos educados para acreditar que a vitalidade está na heresia. Mas pode haver vitalidade nos dois tipos de relacionamento. O ocidental moderno e culto assume que a vitalidade esta só na heresia. Também está, mas essa não é toda a verdade.

Do que precisamos, afinal?
De boas histórias que nos ajudem a viver. As únicas verdades úteis são as que nos ajudam a viver. Num relacionamento, o que você precisa é criar uma história na qual se sinta vivo com a outra pessoa.
Hoje, temos mais opções para criar essa história?
Não sei. A cultura liberal oferece mais escolhas do que havia antes. Mas o capitalismo cria a ilusão de que temos muitas escolhas, quando na verdade temos muito poucas. A única escolha é ser feliz ou não. É isso que está sendo vendido como o único programa: quanto prazer você pode ter, quão feliz pode ser. Só que felicidade pode ser como uma droga, nunca satisfaz, você quer sempre mais. Há coisas muito mais importantes que a felicidade: justiça, generosidade, gentileza.

... Ou seja, eu quero morrer casada, acreditando que isso me ajudará a ter felicidade, mas, hoje, penso que meu trabalho - aquilo que faço para sobreviver; meu trabalho como cidadã - aquilo que faço para a sociedade sobreviver; podem ocupar o lugar que uma relação com um homem teria em mim e, assim, minha energia sexual - aquilo que faço para viver mais feliz ao lado de outra pessoa, bem pode ser usada para aqueles fins e desta forma, eu seria igualmente feliz - ou não!?

Bem! Vejo aqui uma possibilidade: lutar por justiça, fazer crescer a generosidade e a gentileza como alternativa a uma busca alucinada pela felicidade... Mas fazendo isso, no fim a gente não fica feliz, gente!? Talvez este autor devesse aspiar esta "felicidade" de que fala, porque, talvez, ele esteja de referindo apenas à felicidade romântica.

E tenho dito... Pensado!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

MAIS UMA RESPOSTA

... Porque você sempre quer saber por que, procurei alguém que pudesse responder melhor que eu, mas sempre vou responder do meu jeito, quando você perguntar de novo: "Por que você gosta tanto de mim? O que você vê em mim?". Prometo, sempre, ter alguma resposta nova e só minha para dar a você.
As Sem - Razões do Amor
(Carlos Drummond de Andrade)
... Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
E com amor não se paga.
Amor é dado de graça
É semeado no vento,
Na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
E a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.

domingo, 4 de dezembro de 2011

PORQUE MEDICINA

Meu Deus!!! Hoje faço 19 anos de formada em Medicina... Só agora lembrei.
 
Há 19 anos atrás acordei taquicárdica de emoção e com mil tarefas para dar conta. Já havia ensaiado mil vezes o meu discurso como oradora da turma, o vestido estava pronto, mas meu coração não. Ele pulava dentro do meu peito. Deus do céu! Deus da terra! Como foi emocionante...
 
Naquela noite de 1992, para um Salão Yemanjá absolutamente lotado, disse num discurso, emocionado e curto: "Não seremos médicos nunca, se não conseguirmos compreender a relação que há entre saúde e reforma agrária (...)". E outras relações difíceis de serem compreendidas por jovens de classe média alta e alta foram jogadas em seus colos pelo meu discurso.
 
Não lembro de muita coisa, mas dos aplausos ensurdecedores enquanto descia as escadas. Dos professores que compunham a mesa solene aplaudindo de pé e esperando pelo aperto de mão. Lembro de pais emocionados vindo me cumprimentar, do som dos gritos dos meus colegas, mas do que nunca vou esquecer é do silêncio absoluto sobre toda aquela gente, que de pé se acotovelava nos corredores do Salão Yemanjá do Centro de Convenções da Bahia. Ali eu vi o poder da palavra bem articulada e compreendi a minha responsabilidade!
 
Todos os anos revivo esta suprema emoção e choro pensando em que grande benção Deus derramou sobre mim naquela noite! Hoje exerço a Medicina como gestora governamental, porque trabalho assim para vencer as barreiras do saneamento básico, da reforma agrária, das desigualdades regionais etc etc etc... Tudo isso que nos impede de sermos saudáveis.
 
Talvez nunca tenha sido tão médica quanto agora. E sem saber, que o fazia, dirigi minha vida ao combate das verdadeiras causas da nossas dores e doenças mantendo absoluta coerência com o meu discurso de 19 anos atrás.
 
Sendo assim, não beberei água nestas seis horas e trinta e quatro minutos do meu vigésimo ano de formada. Meu primeiro gole do dia, será de um bom espumante e brindarei à grande dádiva que é ser médica lato sensu.
 
Faço disto, então, Senhor de todas as coisas, a minha oração do dia. Amém!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

TUDO BEM SEM VOCÊ, MEU BEM!

A saudade está passando...

Conto as horas que gasto pensando nele como quem usa um termômetro. Meço para saber a intensidade do que ainda sinto... E já não é mais como antes.

Hoje quase não lembrei dele. Passei o dia ocupada com meus livros e a interpretação de um em especial para trabalhar no Grupo de Estudo. Que delícia! Há tantas outras coisas importantes e animadas, e interessantes, e alegres na minha vida...

Hoje quase não pensei nele. Cuidei do almoço, das roupas, da obra do apartamento novo e da leitura. A vida prosaica é tão poderosa em nos trazer de volta à normalidade!

Hoje quase não senti falta dele. Fui feliz sozinha. Fui feliz com meus amigos. Fui feliz dirigindo por aí cantando bem alto uma música alegre.

Hoje quase não falei sobre ele. Contei sobre o trabalho a meus amigos, sobre os livros que estou lendo a minha tia, sobre as novidades aos "facenautas" dentro da matrix.

Como consigo fazer assim? Como consigo deixar um homem, sua imagem, o que sentia por ele, as minhas horas de entrega, as lembranças, tudo, tudo ir se desvanecendo assim? Chego a ficar triste diante da constatação de que ele passará... De que ele está passando... De que ele quase já passou!

Foi o que escolhi fazer. Um certo senso de preservação conduziu a minha escolha. Uma certa covardia também!

sábado, 12 de novembro de 2011

SAUDADE

Eu estou morrendo de saudade...

Eu estou vivendo com saudade, esperando que a saudade passe e já cansada de esperar.

Passa saudade, passa!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

POR UM FIO

Havia um abismo...

Um homem - como uma aranha - teceu fios muito frágeis sobre o nada. Comecei a andar sobre os fios e sinto que dei meu último passo seguro por sobre o abismo. Agora estou equilibrada num fio sobre o vão. Não sei voltar e ele não me deixa seguir. Estou tentando me mover para trás, mas estou paralisada. Eu vou cair... Ou pular...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

VERDADE? QUE VERDADE?

Dizer a verdade pode ser a nossa mais sutil e refinada forma de ludibriar o outro. Os apaixonados apenas pedem para serem "enlaçados", abraçados, acolhidos, mas encontram homens e mulheres que apenas lhes dizem a verdade: não quero laços! Dizem a verdade como se acreditassem que por fazê-lo, alguma coisa mudaria, mas eles sabem e contam com o fato de que diante de um apaixonado, de nada serve a verdade.

"Você diz a verdade e a verdade é seu dom de iludir".

ONDE ESTÁ A FELICIDADE?

De vez enquando, sinto que a minha felicidade está nas mãos de outra pessoa...

O que o outro faz pode me encher de alegria, e, quando é assim, começo a achar que ele, e não eu, é que me faz feliz. Entrego, sem perceber, a minha felicidade nas suas mãos.

Cada um de nós, no entanto, tem sua própria felicidade para tomar conta e às vezes ficamos meio sem mãos para cuidar da nossa e da de tantas outras pessoas que depositam em nós a responsabilidade por fazê-las felizes. Sabe como é! Aqui e ali terminamos por deixar cair alguma coisa, por esquecer de cuidar de alguém... Vez ou outra terminamos descuidando da tal felicidade que não é a nossa, aquela que nos deixaram nas mãos sem que houvêssemos pedido e findamos por magoar um aqui, outro ali. Coisa difícil esta!

Coisa difícil cuidar da nossa própria felicidade! Coisa mais difícil ainda, somar a esta tarefa diária, a de cuidar da felicidade dos outros. Parece-me injusto com quem quer que seja, depositar tamanha responsabilidade sobre suas costas sem que nos tenha autorizado. Pensar sobre isto sempre foi um bom caminho para mim e sempre me leva a por de volta a minha felicidade nas minhas mãos.

A minha felicidade mora nas minhas mãos. Eu me faço feliz! Ninguém mais. Ela não está nas mãos do homem que amo, da filha que tenho, do patrão, dos pais, nem dos amigos. Ser feliz é uma decisão minha. Só minha!

É assim que penso que podemos não cobrar tanto do outro. Não adianta cobrar de ninguém. Faça-se feliz e pode ser até, que sua felicidade se "espraie" abraçando muita gente... De graça!

Por hoje, vou ser feliz por minha própria conta, sem esperar nada de ninguém, feliz de uma felicidade artesanal. Feita por mim mesma!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

DE ALEGRIAS E TRISTEZAS

De alegrias...
Trabalho, apartamento novo!

De tristezas...
Sozinha

Cada dia com sua agonia, diria um amigo. Um dia de cada vez e pode ser que um dia, tudo seja da mais pura alegria!

sábado, 15 de outubro de 2011

NOVO CICLO!

O Grupo de Estudo em Gestão Estratégica com Foco em Resultado vai iniciar um novo tempo. Eu estou tão feliz com isto!

Passamos por um ciclo difícil de consolidação de um modelo de gestão do grupo e dos conhecimentos básicos para iniciarmos reflexões mais aprofundadas e agora ele acabou. Dia 25 faremos, com a presença de convidados, a última discussão sobre BSC Passo-a-Passo de Paul Niven e uma avaliação da experiência vivida pelo grupo. Para mim, um marco.

E agora? E a partir de agora? A partir de agora, iniciaremos um novo ciclo, mais uma volta na espiral.

Pactuamos a honestidade na expressão dos sentimentos dos membros do grupo. Decidimos por mais clareza na relação interpessoal. Optamos por mais confiança e acreditamos que com tudo isto conseguiremos nos amalgamar.

Estivemos todos emocionados neste final de ciclo.

Em mim, um alívio grande, uma sensação boa de tarefa cumprida e uma energia amorosa imensa...

No que fui alertada, prometo refletir. Quase caí no choro com a explicitação das dores e dissabores que causei sem que ninguém me tivesse dito. Fiquei tão magoada com todo mundo... Fiquei achando que sou um monstro capaz de inibir as pessoas ao ponto de se magoarem comigo e nunca, nunca mesmo, terem me dito nada. Para as ofensas que, me disseram, cometi, meu pedido de perdão. Recomeço em bases novas.

Ouvi tudo que me disseram, mas os gestos e as lágrimas me falaram mais. As minhas, contive, mas estavam lá. Quase caí num choro convulsivo, mas a dor que senti foi tão grande que não chorei só para me vingar dela. Pois choro agora...

Por fim, vi que não tenho mais referências dentro do grupo. Esta imagem foi desconstruída e não sem sofrimento, mas sinto hoje como ontem e como a algum tempo, que somos todos iguais.

Enfim, tudo se curou em mim nos abraços de despedida após a reunião e agora posso pensar no que escrever nesta nova página que se está oferecendo.

Tudo pode ser bem mais e melhor!

E cá estou recomeçando com fé nova.

domingo, 9 de outubro de 2011

BOLA DIVIDIDA

Não entro em bola dividida, porque a energia que ponho na minha vida profissional é roubada da minha vida afetiva, então não entro em bola dividida! Não tenho tempo. Não tenho saco. Não tenho energia para isto!

E andei pensando sobre tais coisas: se a pessoa que nos atrai está interessada em outra pessoa e não em nós, por que deveríamos nos meter? Não seria mais inteligente deixar que o outro siga livremente, que tente encontrar paz no amor ao lado da outra pessoa, aquela por quem está mais interessado? Acho que sim! Ajo que sim!

É! Ajo assim. Não quero entrar em bola dividida e ficar confundindo o ser do meu desejo... "Deixe que diga, que pense, que fale" por si só. Ajo mais ou menos sob a lógica do "o que é do homem, o bicho não come" e sigo em frente!

Covarde! Pois é! Só eu sei quanto o sou, mas, neste caso, acredito que a dose certa de coragem só nos vem com a dose certa de interesse... Ops! O interesse, o desejo, o amor... Estas coisas? Não seria a dose certa de motivação? Não seria a dose certa daquilo que o outro é que faz com você? Talvez, se me recuso a entrar em bola dividida, seja porque o objeto do meu desejo não me encoraje tanto assim... Será?

Ave Maria! Há tanta coisa em que pensar! Há tanta coisa para fazer! Então, deixa esta bola dividida para outra mulher disputar. Vou seguindo meu caminho pensando e fazendo outras coisas e, certamente, aparecerá aquela bola redonda que apenas te pede para chutar e... Goooooooooooooooool ! ! !

sábado, 23 de julho de 2011

SONHO E PEDRA

... Tenho sido mais das pedras que dos sonhos atualmente!

Dou muita importância aos sonhos, no entanto. Gosto de acalentar e cuidar dos sonhos. Gosto tanto de sonhar que não páro de pensar em cada uma das pedras que precisarei para construi-los. É verdade! Dito assim, posso parecer "engenheira" demais. Ouvir que estou "no engenheiro" como se fosse algo menor me surpreende de todos os modos. Quero, então, dizer alguma coisa sobre isso.

Os engenheiros dispõem pedras de tal modo que tornem sonhos, desenhos, planos, o étero enfim, realidade. Eles nos dão aos olhos o que nenhum artista sonhador nos poderia, porque não faz parte dos seus talentos lidar com pedras. Do alto da nobreza do seu trabalho intelectual, artistas de todos os tipos e de todas as áreas - também os da gestão estratégica - podem olhar com um certo desconforto na direção do trabalho duro e sem charme dos engenheiros, mas engenheiro que é engenheiro, só pára quando a obra está pronta! Quando, de cá de baixo, no seu chão de fábrica, ele a olha e pensa: "Aqui está! E está bem feita. E tudo que foi feito é bom."

O engenheiro, então, oferece seu trabalho aos olhos do artista, do arquiteto, do sonhador. Todos eles - ou todos eles num só - olham a obra e pensam; "Que beleza!".

Ninguém lembrará, depois, do engenheiro, mas ele, no seu trabalho laborioso, muitas vezes penoso, seguirá construindo sonhos com suas pedras!

Pois é! A mim, me parece que a vida segue e vai adicionando a cada um, um pouco de cada coisa que nos será cobrada no enfrentamento dos desafios que viver nos oferece. Um dia precisaremos mostrar nossos sonhos mais brilhantes, imantando pessoas em torno do objetivo de torná-lo realidade. Em outro, precisaremos dar as nossas melhores pedras, a fim de construir nossos sonhos de forma sólida. No fim, deixamos mais à vista a face com a qual ficamos mais confortáveis, que se pareça mais com nossa essência. Uns ficam rotulados de arquitetos, artistas. Outros de engenheiros!

Sonhos e pedras, tudo há em mim, mas não me importo de parecer só "engenheira" neste momento. Na verdade me orgulho disso. Já tenho meus melhores sonhos e a hora é de construir e entregar aos olhos de quem queira ver, a minha melhor obra!

É o que penso.

domingo, 19 de junho de 2011

SANTO ANTONIO


Rezo Santo Antonio para louvar.
Rezo Santo Antonio para resistir.
Rezo Santo Antonio para manter.
Rezo Santo Antonio para não desistir!
Glorioso Santo Antonio rogai por nós.

domingo, 29 de maio de 2011

MULHERES

Enquanto espero no saguão da empresa, para a qual estou fazendo um trabalho de consultoria, observo as mulheres que entram e saem e tive um insight, mas antes preciso explicar de onde veio tal iluminação (risos).

Estava olhando, um tanto impressionada, o tamanho das bolsas que usamos e a preocupação que algumas de nós têm em expor a marca da "mala" que carrega à guisa de bolsa. Foi neste preciso momento, que "a luz se acendeu" e eu vi quão pouco sentido faz tudo isso. Cheguei a me assustar com o meu próprio comportamento, muito semelhante ao das colegas "peruas".

Pensando sobre estas coisas, o insight surgiu: quanto maior a bolsa e a preocupação em expor a sua marca (cara), mais feia, mais mal feita de corpo e mais infeliz é a criatura que a carrega.

Será que existe esta relação mesmo ou terá sido apenas maldade, um certo toque de inveja, de despeito meu? (gargalho até engasgar).

domingo, 15 de maio de 2011

CONHECIMENTO E MOVIMENTO

Vai aqui uma primeira reflexão acerca dos comentários da nossa coordenadora técnica do Grupo de Estudos sobre Gestão Estratégica com Foco em Resultados no Setor Público.

Antes, uma nota sobre esta Coordenadora: ela se chama Teresinha e me fez ter prazer em voltar a estudar! Num mundo sem muitas referências, tive muita sorte em encontrá-la. Ela tem sido a minha!

Diz ela: "Conhecimento é um ativo que quanto mais se partilha, mais ele cresce. Se ele fica guardado, acaba."

De imediato veio à minha cabeça mais que uma idéia, uma imagem de algo em MOVIMENTO! O conhecimento quando fica guardado, em tempo breve, se torna inútil, porque parado nada produz, não se fortalece e, assim desnutrido, deixa de ser conhecimento. Para continuar sendo, ele precisa estar se movimentando, transitando para fora de nós, de nossas organizações.

Penso, ainda, que quanto maior o número de direções - ou outras áreas do saber - para as quais ele se dirija, maior, mais completo e complexo ele se torna. Não se trata, então, apenas de fazê-lo seguir, mas de fazê-lo em várias direções, porque a direção para a qual ele segue pode adicioná-lo de outros aspectos, de novos olhares. Ao final de uma interação com outras áreas do saber, o conhecimento original se torna maior e melhor.

Parece-me, então, necessário pensarmos sobre como o conhecimento pode - de forma sistemática - ser posto em movimento. Em constante movimento! Além disso é necessário pensarmos sobre como colhermos - também de forma sistemática, estruturada - os seus desdobramentos. Por fim é indispensável pensarmos em como transformá-lo em instrumento das evoluções e revoluções que desejamos dentro das nossas instituições.

Esta é só uma primeira reflexão... Uma rápida viagem! Voilà!


sexta-feira, 29 de abril de 2011

APENAS DE SONHO


NO WORDS TO SAY
De vez em quando, eu resolvo limpar minhas caixas de e-mail. Sempre encontro alguma coisa já velhinha, mas ainda com um certo perfume e charme. Aí resgato, releio e às vezes reenvio. Este foi um dos achados. Veja se gosta.

O MUNDO PRECISA DE MAIS DELICADEZA!

Enquanto olhava para voce ontem, me deleitava da delicadeza da relação que há entre você e eu. Era isto que estava ali naquele silêncio. Havia um certo gozo que transcendia o "dizível".

Olhar sem falar e estar preenchida de prazer. Não é simples, não sei se sei explicar.
Talvez o mundo precise de um pouco mais de delicadeza, para que momentos como aquele possam ser capturados pelas consciências e as possam acalmar. Tenho esta crença de que a delicadeza pode acalmar as consciências.

Talvez os casais precisem estar em silêncio e cometer atos explícitos de delicadeza: mandar uma música por e-mail, mandar flores, ouvir com paciência uma queixa, ser mais silêncio que prescrição de receitas ou soluções prontas. É preciso fazer mais curativos na criança que há no outro que tantas vezes sai machucada de relações, de embates profissionais, familiares e de tantas outras agressões.

É verdade! Sinto que é verdade.

Estamos tão ocupados conosco que não percebemos mais todo gozo de cuidar do outro, de sentir sua calma ir se chegando, a cura se consolidando e a transformação acontecendo.
Sou grata a voce por despertar coisas assim em mim. Sou grata por permitir a minha presença na sua vida, por deixar que eu cuide de você e assim acalme minha alma, minha consciência.

Essa "coisa" que só saquei agora é para você com todo meu amor!
Valéria

terça-feira, 26 de abril de 2011

HOJE, OUTONO EM MIM

Tem dias que você escolhe para fazer tudo errado. Passei o final do Domingo de Páscoa deste jeito.

Às vezes é mesmo assim: passamos um tempo na mais profunda chatice. Sabe aquele dia em que voce resolve dizer exatamente o que pensa, ou o que está vendo de errado para alguém a quem você ainda não conhece direitinho e se estrepa toda?

Nestes dias não seria aconselhável a pessoa não sair de casa ou ter uma folga para nadar no Porto da Barra, tomar sorvete na Ribeira, dar uma volta com a filha, fazer uma sessão de Yoga ou de tortura na depilação à cera que depois deixa tudo lisinho? Ela voltaria bem mais feliz no dia seguinte à vida real e com sorte poderia reparar as impropriedades que cometeu.

Ocorre que as coisas não são bem assim e muitos destes dias de chatice e fúria terminam é por nos arrebatar para um outono mais chuvoso, de onde podemos ver que algo delicado e precioso se quebrou, e o fez irremediavelmente... E custa a passar a ressaca moral em que ficamos. Como custa! Depois de termos falado mais do que precisava ou de termos feito mais ou menos do que a situação pedia, pronto! Cá estamos com todo outono dentro depenando as nossas almas.

Um "blues" poderia tocar agora. Cairia muito bem!

domingo, 24 de abril de 2011

IDEOLOGIA... NÃO PRECISO DE UMA PARA VIVER!

Hoje aprendi com um amigo de um amigo meu, que todo mundo tem uma ideologia e que é possível que uma pessoa escolha seus amigos e amores baseada na escolha ideológica que tenham... Caramba! Pensei perplexa.

Será que eu deixaria de conversar longas horas com alguém muito bacana e interessante por esta pessoa ter, declaradamente, ou não, um conjunto de crenças e valores diferente do meu? Misericórdia! Eu seria capaz de coisa assim? Não te parece assustador, que possamos abrir mão da riqueza que cada ser humano guarda em si, apenas baseados na sua ideologia?

Fiquei ofendida e assustada, mas como quem tem cérebro pensa o que quer, aceito! Aceito, mas defendo que sem liberdade para assumirmos as nossas idéias e continuarmos a ser acolhidos, a "verdade" hegemônica se torna apenas uma meia verdade: a verdade sob a ótica de uma ideologia. Não obrigada. Não quero esta prisão. Quero verdades inteiras!

Vou pensar sobre a posição do amigo do meu amigo com muito cuidado, até porque considero que se abrirmos mão de aceitarmos e de nos enriquecer com o livre pensar dos outros, a humanidade se tornará deveras pobre. Pobre de tudo! Além do mais, foi isto que defendi na conversa com ele. Questão de coerência. Se ele estiver certo, vou passar a prestar mais atenção "nesta gente com quem ando." (aqui vai uma sonora gargalhada).

"... E deixem que digam, que pensem, que falem."

sábado, 23 de abril de 2011

COM ENCANTO...


Há muito tempo que namorar não me parece tão bom!

Os homens que ando encontrando estão tão sem charme... Sem aquele perfume... E sem noção também! (cai bem, aqui, uma daquelas gargalhadas que gosto de dar). O fato é que não tenho conseguido me ver envolvida naquela tênue nuvem de encantamento. Os sites de namoro são de doer. Os bares, lotados de homens que amam homens. Os colegas de trabalho, casados, noivos, "namorando sério" ou, simplesmente, na farra "ficando" com Deus e o mundo.

Acontece, então, que seguindo o que os mais entendidos em relações humanas dizem - eles dizem que os bons relacionamentos surgem dentro dos grupos de amigos, surge um amigo de um amigo! E eu não precisei fazer nenhuma forcinha para gostar dele. Bom, não é?!

Pois é: que bom ter tido aquele momento feliz, em que a adolescência pareceu ter voltado com Chico Buarque "na vitrola" fazendo todo sentido... Fazendo tudo fazer sentido!

"Ah, se já perdemos a noção da hora..."
E só Deus sabe se uma noite, ou talvez um dia inteirinho, igual, virá de novo, então tratei de não perder nenhum segundo! Fechei bem os olhos e aproveitei a música, o perfume, o vinho e o amigo do amigo. Garota esperta! Enfim envelhecer deve servir para alguma coisa, não!?

terça-feira, 8 de março de 2011

CARNAVAL? QUE CARNAVAL?

O Carnaval de Salvador foi morto por um processo burro de mercantilização. Os "intelectuais" e "defensores" da cultura baiana assistiram calados. Agora, ouço junto aos estertores finais da grande festa, uns batuques de resistência aqui e ali. Vão aumentar. Rezo para que aumentem e tomem o nosso Carnaval de volta. Já somos 63% dos soteropolitanos fora do lixo industrial deste pseudocarnaval! Viajamos, ficamos lendo em casa e esgotando as prateleiras das videolocadoras.

Em nome da "profissionalização" matou-se a criatividade e espontaneidade que eram o próprio Carnaval. Como foi que conseguiram engarrafar e vender tais coisas? Como conseguiram aprisionar entre cordas e camarotes o que era, apenas por que era livre?

E nós? Por que não saimos e invadimos as ruas com nossas charangas, blocos de amigos, colegas, vizinhos? Por que não tomamos "a rua" de volta. Por que estamos nos deixando ficar entre dois ou tres circuitos? Quem disse que o Carnaval tem limites geográficos? Por que não invadimos as ruas com nossas fantasias, cada um com a sua?

Mataram o Carnaval da "cidade da Bahia" e nós assistimos cordatos aos "profissionais" nos ditarem as regras para o que não as tem, criando um carnaval que não há, que nasce de coisa nenhuma e que muito bem se pode encontrar em prateleiras de supermercados.

Pois que se danem todos os "profissionais" das "centrais" disso e daquilo, "reinos" e "mixes" de nada! Ano que vem, saio de baiana, havaiana, colombina ou de mortalha e vou desfilar pelas ruas da Graça ou onde quiser, que ninguém me encurrala em circuito nenhum e nem me diz que roupa usar! Vou atrás dos visionários que, sem dinheiro, empurram seus trios sem corda.

Salve Moraes e Armandinho! E tenho dito.

DIETA 2

Ainda aqui, firme e forte, mantendo a dieta que escolhi. Perdi 10kg, ganhei umas roupas velhas de volta e estou com um certo gosto de vitória na boca! Nada mal depois de 64 dias sem todas aquelas coisas gostosa e que me fazem tão mal.

Estou feliz comigo!

domingo, 30 de janeiro de 2011

DIETA

Já pensei em escrever um blog só sobre o que sofre alguém que é gordo... Há muito o que escrever, mas ao tentar listar os problemas todos que nós gordos enfrentamos, me peguei numa certa dificuldade: não sei muito sobre os desconfortos de ser gorda. Não prestei atenção em tudo que já não consigo mais fazer ou nas novas dificuldades para viver o dia-a-dia.

A obesidade é doença que vai chegando aos poucos, insidiosamente. Não se nota de pronto tudo que nos está acontecendo, aí vamos nos deixando levar, vamos nos deixando... Nos abandonando. Quando vemos já usamos calças 48 e os vestidos exigem um short por baixo, muito hidratante ou uma meia-calça para evitar assaduras. É um terror!

A pior parte é o abandono de nós mesmos, da nossa vontade de nos cuidarmos. É uma coisa assim como se a gente se odiasse e não estivesse disposto a fazer mais nenhum esforço ou concessão para nos mantermos mais bonitos, mais saudáveis, mais desejáveis. É uma morte lenta. Coisa para quem não está feliz, mas não está tão no fundo do poço ao ponto de tomar uma bela dose de veneno para rato. Vai-se deixando que a gordura faça o serviço. O bom desta história é que dá tempo de salvar-se ou ser salvo.

Uma dieta nova, mas que desta vez promete mexer com o metabolismo, acelerá-lo, e cá estou eu me lançando nesta. Surpreendentemente tenho conseguido levar bem! E descobri que as dietas são abandonadas, também, de forma lenta, discreta. Vamos voltando aos poucos ao padrão antigo de alimentação e quando nos damos conta, estamos comendo 03 pratos de novo. Aí descobri que para mim funciona bem, se mantiver todo rigor mesmo nos períodos de repouso, quando a dieta METABOLIKEY permite que coma bons carboidratos. Aprendi que funciono melhor na restrição que na liberdade.

Se me dão a opção de comer de tudo, como muito de tudo, assim resolvi restringir minha dieta a bem menos do que é permitido, porque consigo administrar melhor assim. Deste jeito consigo escapar da armadilha do "só um pouquinho". Nesta fase, em que estou não existe só um pouquinho. Um pouquinho é a porta por onde passarão quilos de sorvete, batatas, pão etc.

Como é difícil emagrecer! Há que fazer crescer a auto-estima, o amor próprio e justo quando voce está horrivelmente gorda e insatisfeita, ou seja, é como arrancar leite de pedra, mas não é impossível, não! E lá vou eu. Comi demais este final de semana, então vamos à restrição durante a semana, rezando para que eu consiga não chutar o pau da barraca.

Vou conversar com meu guru do Metabolikey para ele me ajudar a resgatar a força.