domingo, 30 de maio de 2010

SONHO DE PEDRA


Meu sonho é me tornar pedra e sonhar em ser livre...
Quando eu for livre, meu sonho será, finalmente, me deixar governar!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

GRIPE


Ficar doente é muito chato, mas é um sinal...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

PEDRA, PEDRA, PEDRA


Quebrar pedra. Esta tem sido a minha tarefa de todos os dias!
Eu estou morta de cansada!
Eu estou muito cansada!
Eu quero descansar.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

MARY AND MAX

Hoje fui assistir Mary e Max no Cinema XIV. É verdade! Tenho saído sozinha, principalmente para ir ao cinema. Depois de Celso comecei a gostar de sair... E sem Celso estes programinhas perdem um pouco a graça, mas vamos ao filme!

É uma animação para adultos e trata a solidão da forma como ela é, com muito chocolate e muitos quilos a mais. Com as garrafas de bebida, dias vazios de razão e longas horas de olhares pela janela, mas como se fôsse apenas assim, seria duro demais, reflete sobre a solidão com personagens de massinha... Esta sutil diferença é que - talvez - nos permita assistir sem chorar... Sem doer demais!

O filme é delicado, verdadeiro e bem feito. Feito em cores de solidão. Acho que a direção de arte e fotografia mandaram bem o recado! Vão e vejam.

Um pouquinho de Mary and Max

quinta-feira, 6 de maio de 2010

UMA PAUSA!

Cansei de fazer terapia! Tem acontecido tanta coisa... E tudo tem me obrigado a refletir tanto! Então quero aproveitar estas novas possibilidades de relação de mim comigo mesma kkkkkk. Vou fazer uma pausa e juntar meus pedaços... Terapia agora não! Talvez mais tarde.

Pronto. E fui pensar na vida.

Inté!


NOSSA FINITUDE

Tenho pensado sobre a vida de minha mãe e minhas tias. E como vê-las envelhecer tem me afetado.

Tenho pensado sobre um fenômeno novo para nós no Brasil: o envelhecimento de nossos pais e seu sofrimento por doenças que antes nem mesmo conhecíamos.

Lembra que há, apenas, uns 20 anos atrás, as pessoas morriam com uns 60, 65 anos de infarto fulminante ou AVC e todo mundo achava normal? Pois eu nem me lembro mais. Agora normal é viver uns 75-80 anos e indo a bailes da "terceira idade" e caminhadas na praia. Parece que já estou acostumada a esta nova realidade e me custa lembrar daqueles tempos de viva curta.

Pois é! O que me assombra neste aumento da longevidade, é o fato de que passamos a presenciar as mudanças determinadas pelo tempo na vida de quem amamos e as perdas que vão desde a cognição até a força física. É como se de uma década para outra, passássemos a ser obrigados a conviver com uma nova dor: a de termos de vivenciar o crescente "não poder" dos nossos pais, tios, idosos da família e seus amigos.

É uma dor nova e estranha, ver minha mãe não poder mais andar mais rápido que eu, que desde sempre fui meio mole para andar, ou vê-la se recusar a fazer coisas que adorava como compras no mercado com a justificativa de que está cansada. É tão difícil ver que ela agora - muitas vezes - delega o comando da sua cozinha à empregada e que já não me ouve chamar "maiiiiiinhaaaa!". Pior: é duro ver que ela já não mais se lembra bem das coisas e faz - vez por outra - confusões incríveis!

Parece uma sessão de tortura ter que assistir impotente a nossos pais e parentes deixarando de ser como sempre foram. Para mim é terrível, porque as mulheres da minha família são incrivelmente ativas... E estão deixando de ser assim. É como se estivessem indo embora aos poucos... Bem aos pouquinhos.

E tudo isso nos põe diante de uma experiência ainda mais nova: a nossa própria finitude. Olhamos para eles e nos vemos. Olhamos e vemos o que nos irá acontecer logo, logo. E só Deus sabe se com a sorte de nos acontecer de findarmos com saúde. A saúde que nossos pais têm, que nos parecem ter ou tinham.

O envelhecimento no Brasil é um fenômeno complexo, novo e desconcertante para uma sociedade tão recente, tão inexperiente, tão sem saber o valor do velho. Uma sociedade que nunca foi velha e agora se posta diante de bailes, padarias, bancos, aviões e mundos cheios de idosos... Cheios do que será futuro!

Enquanto isso, os antropólogos e sociólogos brasileiros estudam em teses inintelegíveis "A influência da dança da tribo de índios tupipiriris na transversalidade cultural da produção artística da sociedade tribal Angolana residente no Brasil do século XVII".

Ou seja meu velho, minha velha... Só rindo! E que Milton Santos nos socorra lá do céu!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O SECREDO DOS TEUS OLHOS

Hoje fui assistir O Segredo dos seus olhos, filme argentino, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. É lindo e bem feito. As cenas mais lindas e intensas, para mim, são as que os olhos dele falam com ela. Gostei muito, também, das cenas com o marido da moça que foi morta.

Ricardo Darín é todo interpretação e sentimento... Soledad Villamil é dona de olhos maravilhosos. É uma mulher extremamente viva e rica internamente como um vulcão pronto a entrar em erupção, mas se cala sobre o que sente por quase todo o filme. Guillermo Francella é uma pândega cheio de humor, sabedoria e uma interpretação leve, suave. Gostei demais. Acho que é algo que vale a pena ser visto.

Dá um tanto de calor à alma feminina... Aquece a alma e dá esperanças a vidas vazias de amor, mas não consegue espantar a solidão!

Eis uma estória bem contada...

Ricardo Darín

sábado, 1 de maio de 2010

Paciência

Paciência... Nem que seja fingida... E um dia ela estará em mim. Um dia ela estará em nós... Ela será nós!
Ouça esta obra prima eterna e paciente que Lenine nos deu com a generosidade dos artistas e se deleite com a calma, a que este som nos remete.


Pois é
(Chico Buarque)

Pois é
Fica o dito e redito por não dito
E é difícil dizer que ainda é bonito
Cantar o que me restou de ti

Daí, nosso mais-que-perfeito está desfeito
E o que me parecia tão direito
Caiu desse jeito sem perdão

E então
Disfarçar minha dor já não consigo
Dizer que ainda somos bons amigos
É muita mentira para mim

E enfim
Hoje na solidão ainda custo a entender
Como o amor foi tão injusto
Pra quem só lhe foi dedicação

Pois é, então...