sábado, 7 de abril de 2012

HOJE, DIA MUNDIAL DA SAÚDE !

... E para não me esquecer de que sou médica, lá vai!

COMPORTAMENTO MÉDICO

Houve um tempo, em que as pessoas acreditavam - e os médicos também - que médico era um ser de caráter ilibado, intocado. Alguém em quem se podia confiar cegamente. E esta crença se estendia para além da prática médica e chegava à sua vida pessoal. Era algo assim como “médicos estão acima de qualquer suspeita.” O tempo passou, a sociedade mudou e alguns valores se perderam.

Estes dias eu estava notando como ninguém fala mais em LEALDADE ou FIDELIDADE. Fidelidade se tornou peça de retórica na boca de políticos – lugar bem pouco aconselhável para valor tão precioso, enfim vocação, devoção profissional e coisas deste quilate estão, por assim dizer... Fora de moda! A médicos como a qualquer ser vivente, esta onda envolveu deixando nossas consciências embotadas, de tal modo que a frase mais comum, quando o assunto é médico, é “Já não se faz mais médicos como antigamente”. Será?

Não! Esta é a resposta que o coração de gente crente e esperançosa gostaria de lançar boca a fora, mas ver médicos faltar a plantões, deixar colegas já cansados esperando horas para rendê-los, ouvir rumores sobre a relação promíscua que mantêm com a indústria de insumos médicos ou vê-los recém-saídos da faculdade, discutir se trabalha aqui ou ali pela diferença de 20 Reais a mais, 20 Reais a menos, emudece o nosso não!

Sofrem os bons médicos – os de antigamente independente da idade; sofre a sociedade, que na mais perfeita assimetria de informação, se entrega a médicos daquele tipo. Que coisa, então, se espera de um médico? Eu me atrevo a responder: o básico!

O básico, neste caso, é nada mais, nada menos que tudo. Tudo aquilo de antigamente: que seja correto na profissão e reto de caráter, que profissionalmente seja um trator e pessoalmente seja gente. Só isto!

domingo, 1 de abril de 2012

INEXORABILIDADES

Minha filha vai embora um dia.
Minha mãe vai viver, pelo menos, mais uns 15 anos.
Eu estou cada dia mais velha.
Minha casa não será só minha em menos de 15 anos e até lá eu já serei uma senhora de 61 anos.
Até 15 anos, as minhas chances de ter vida própria são mínimas.
A cada ano aumenta a chance de eu ficar velha e só.
Agora é necessário escrever os meus dias de tal modo que as minhas inexorabilidades se tornem, apenas, possibilidades!