domingo, 3 de junho de 2012

GREVE DOS PROFESSORES? ONDE? ESTÃO EM GREVE?

Em A TARDE de hoje, a colunista Malu Fontes pergunta: Quem se importa com o futuro alheio?

Respondendo a meu amigo Marcus Gusmão que postou a coluna no seu Facebook, registrei estas minhas reflexões, as quais o desconforto dele diante da greve sem solução me obrigou.

Meu amigo querido! Ninguém está incomodado. Por que nos incomodaríamos? Que significado tem a EDUCAÇÃO para nós baianos? Para que servem professores mal formados, em escolas mal construídas e pior mantidas, administrando material didático de segunda e tecnologias ultrapassadas?

Por que ligaríamos, se fomos educados para valorizar a escola privada e a pensar que desenvolvimento cai do céu e não das escolas? Por que nos incomodaríamos com EDUCAÇÃO e seus efeitos, se quando se fala em longo prazo na Bahia, os baianos entendem - quando muito - 04 anos?
Ora, ora, ora, meu amigo! Esta coisa de se preocupar com EDUCAÇÃO é coisa de Coréia do Sul (Seul). A Bahia está preocupada com os produtos da sua falta de educação: o pagode, os partcipantes da Fazenda ou quando será o próximo BBB, a novela, a atração de hoje de Faustão, se Ivete e o Chiclete tocarão suas composições "juninas" na "típica" festa de São João, que acontece carnavalescamente em detrimento das tradições e das obras ímpares de Luiz Gonzaga e Dominguinhos e por aí vai?
Quem é que vai se preocupar com esta educação de quinta, que está produzindo (intensionalmente?) um exército - ou boiada - de incapazes tecnicamente e, pior, incapazes de refletir sobre fatos e acontecimentos, cujos desdobramentos recaem sobre seu futuro, o futuro do estado, do país e que, portanto, estará à margem do desenvolvimento em 20 anos? Em 20 anos, quando o país necessitará importar mão-de-obra, porque não terá pessoas em idade economicamente ativa na quantidade necessária, muito menos na qualidade exigida.

Meu amigo! Não gastemos nosso latim com perguntas já respondidas. NINGUÉM SE IMPORTA (POR ESTAS BANDAS DA CIDADE DA BAHIA) COM O FUTURO ALHEIO! É futuro e, além do mais, alheio!

SANTO ANTONIO


Altar deste ano - 2012

Este Santo me escolheu!

Eu nunca fiz nada para travar amizade com Ele. Era meio assim, sabia que Ele estava lá e eu cá. Achava linda a devoção que o povo da Bahia e do Brasil inteiro tinha por ele, achava linda a festa, a tradição da reza cantada, mas nada além disso. Sempre andei tentando me aproximar de São Pedro. Achava que a proximidade com o meu aniversário, em 27 de junho, entrevéspera de São Pedro, nos dava alguma intimidade... Nada! São Pedro sempre se mostrou frio comigo.

Com Santo Antônio a conversa foi diferente. Ele andou "me cantando": fiz o internato de quinto e sexto ano de Medicina no Hospital Santo Antônio de Irmã Dulce, de vez em quando alguém me dava uma imagenzinha, Clara, minha filha, com uns oito anos já tentava me ensinar uns hinos que ouvia com a avó na reza da vizinha e eu sempre fui fã dos hinos, ladainhas e canções da reza.

E Ele foi tão insistente - insistente como eu gostaria que um homem fosse comigo - que um dia, sem quê, nem prá quê, eu ouvi o seu chamado e resolvi rezar a trezena. Não um dia ou três, ou nove. Treze dias inteirinhos! A trezena completa!

Estava trabalhando e percebi que era dia 01 de junho (2009). Deu-me aquela sensação que a gente tem quando é dia 01 de janeiro! Aquela sensação de que tudo é possível, de que estamos no início do caminho, que só precisamos dizer: "Vou começar este caminho!" para, de fato, começá-lo... Uma sensação de possibilidade e potencialidade. Eu posso, porque o bonde ainda está aqui e eu posso começar algo novo. Resolvi embarcar!

Foi assim que comecei a "rezar Santo Antônio".
- Mainha? Você faz um mungunzá, para de noite eu poder rezar Santo Antônio?
- Mungunzá?
- É! Ou um mingal, alguma coisa, porque eu resolvi que vou rezar Santo Antônio este ano.
- Tá. Eu vou ver.

"Eu vou ver" significou não fazer, mas você pensa que eu me abati? Cheguei em casa não tinha nada para servir às pessoas, mas eu estava decidida e "com mungunzá ou sem mungunzá, eu vou rezar!". Arrumei um altarzinho com um santinho minúsculo que eu tinha ganhado de uma senhorinha que foi minha vizinha e os distribuiu de lembrança da sua reza - aquela vizinha com quem Clara aprendera uns hinos, chamei uns vizinhos e toquei meu bonde - ou minha trezena!

Claro que diante de tal decisão, minha mãe arranjou o que servir. Acho que foi um mingal de tapioca de última hora, mas ficou dos deuses... Ou do Santo!