segunda-feira, 15 de julho de 2019

PARIS

Dois dias em Paris devem ser bem pensados. Veja bem.

Paris é uma daquelas cidades que podem ser aproveitadas de duas formas: com a visão das coisas ou como uma experiência. Da primeira forma, você vai querer correr para ver coisas: museu disso, igreja daquilo, pontes e arcos. É um bom começo primeiro ver a forma para depois a alma.

Da segunda forma, você terá que experienciar a cidade. Nesse caso, Paris é uma mulher madura que se mostra sem pressa.

Você deverá caminhar lentamente com olhos, nariz, ouvidos, pele e coração bem abertos por ruas ordinárias por onde o local circula ou apenas olha e vive.

O francês se dá tempo. Quando encontrar um calmamente fumando seu cigarro com uma xícara de café e seu Le Monde à mão, pare e observe, quando estiver no metrô observe-os correndo para chegar em casa e ter tempo para o jantar com vinho, velas e conversa. Observe as semelhanças e dessemelhanças de paredes corredores e salões entre as diversas estações. Olhe, olhe, olhe.

Olhe devagar e sem pressa. Caminhe pelos espaços do Bazar Hotel de Ville sentido os cheiros, vá a uma padaria, a um café como o La Rotonde. Vá à Place de Voges e se sente para olhar. Jante no Nos Ancêtres les Gaulois e se sinta na idade média por 45 euros por pessoa com tudo dentro... ou seja minha flor, Paris em dois dias pode ser um terror ou um amor.

Se você se angustia querendo ver tudo, não verá nada e não gostará da cidade, mas voltará dizendo que amou porque é o que todo mundo diz e você não vai querer contrariar o mundo. No entanto, se você quer viver a experiência de estar em Paris, escolha poucas coisas e gaste tempo ao olhar. Veja com os sentidos, não apenas com os olhos. Não se preocupe em fazer as selfies para mostrar no Facebook que você foi a Paris. Viva Paris. Sinta Paris. E ela te recompensará se dando a você como a nenhuma outra.

Até hoje não conheço um monte de coisas do circuito bate-volta. Nunca fui ao musée d'Orsay, Gallery Lafayette, nunca subi a Torre ou o Arc de Triomphe, mas me sinto em casa em Paris porque não perco a feirinha da  Richard Lenoir (às quintas e domingos pela manhã), já pedalei de madrugada pelas île de La Cité e de Saint Louis para tomar champanhe no Champs de Mart aos pés da Tour Eiffel e perambulei sem nada para fazer pela Saint Lazare - a estação de trem e metrô que mais gosto entre outras tantas coisas que só Paris tem para te oferecer.

Se quiser dicas para dois dias olhe o Conexão Paris - blog de uma brasileira que vive em Paris há mais de 20 anos e que é disparado o melhor blog brasileiro sobre aquela terra.

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