quinta-feira, 21 de agosto de 2014

TOMANDO CONTA...

Dia 18 de agosto, segunda-feira, dia de ir ao médico. Não me lembro da última vez em que fui ao médico. Ginecologista não conta. Vai-se todo ano, ou quase...

Ir ao médico. Por que será que eu achei tão bom? Talvez tenha sido bom o sinal de que estou podendo e querendo cuidar de mim de novo... Tomar conta de si como de um bem-querer não é coisa que soe normal, comum, banal para mim. Normal é tomar conta dos outros. (Há até os que amem tomar conta da vida dos outros...). O certo é que nunca liguei muito para minhas necessidades. Sempre fui um tanto negligente comigo. E ficava surpresa quando alguma coisa ruim me acontecia. Não fazia a relação entre causa e efeito. Estava, quase sempre desatenta ao que ia fazendo comigo e da minha vida. Isto significa que o que ocorria no futuro se tratava, para mim, de uma fatalidade e não do resultado do que seguia fazendo no presente. As coisas boas ou ruins pareciam me acontecer como por destinação divina, mas um dia, sei lá quando, eu percebi que dormitava sobre minhas mãos um par de rédeas e sem bem saber para que serviam, fui vendo que me levavam para cá ou para lá de acordo com a minha vontade. Ora essa! Então a dona da minha direção sou eu mesma!?

Foi nessa mesma época ou por causa dessa descoberta que passei a acreditar, que o futuro também dependia de mim e que era consequência de escolhas que eu fazia. Passei a prestar mais atenção nas coisas do dia-a-dia e nas reações. Um dia sim, outro não, fui experimentando usar as rédeas. Ainda passo a maior parte do tempo feito cavalo solto no pasto, mas sigo tentando. Tem sido assim então. De vez em quando, eu sei o que estou fazendo e para que estou fazendo. Tenho um certo senso de direção, um objetivo claro. Outras tantas vezes estou só fazendo - cavalo solto no pasto.

Cansa, nem sempre é fácil, o risco de desviar a atenção e baixar a guarda é grande, mas é bom se governar e cuidar de si é um capítulo específico dentro desse tema. Quem se governa se cuida, porque, afinal, cuidar-se é fazer a escolha por um futuro mais tranquilo, mais saudável, talvez até mais feliz. Felicidade é outra coisa. Não é só ter as rédeas da própria vida nas mãos e cuidar de si. Felicidade tem algo de imponderável, uma dose de sorte e depende um pouquinho do entorno. Ou será que dá para ser feliz vendo gente morrer ao seu lado numa guerra?

Finalmente, a conversa aqui, eu acho, foi para dizer que é preciso manter as rédeas nas nossas mãos e decidir cada passo do caminho com atenção, tendo em mente que são estas escolhas que nos levarão, ou não aonde queremos chegar. O futuro não é uma dádiva. O futuro é o resultado do que fazemos no presente. Este sim é uma dádiva, porque é nele que a vida real acontece e as oportunidades nos são dadas. Cuidar-se é só uma dessas escolhas.

E tudo isso tem a ver com amor próprio. Deu para sacar?!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade!