Altar deste ano - 2012
Este Santo me escolheu!
Eu nunca fiz nada para travar amizade com Ele. Era meio assim, sabia que Ele estava lá e eu cá. Achava linda a devoção que o povo da Bahia e do Brasil inteiro tinha por ele, achava linda a festa, a tradição da reza cantada, mas nada além disso. Sempre andei tentando me aproximar de São Pedro. Achava que a proximidade com o meu aniversário, em 27 de junho, entrevéspera de São Pedro, nos dava alguma intimidade... Nada! São Pedro sempre se mostrou frio comigo.
Com Santo Antônio a conversa foi diferente. Ele andou "me cantando": fiz o internato de quinto e sexto ano de Medicina no Hospital Santo Antônio de Irmã Dulce, de vez em quando alguém me dava uma imagenzinha, Clara, minha filha, com uns oito anos já tentava me ensinar uns hinos que ouvia com a avó na reza da vizinha e eu sempre fui fã dos hinos, ladainhas e canções da reza.
E Ele foi tão insistente - insistente como eu gostaria que um homem fosse comigo - que um dia, sem quê, nem prá quê, eu ouvi o seu chamado e resolvi rezar a trezena. Não um dia ou três, ou nove. Treze dias inteirinhos! A trezena completa!
Estava trabalhando e percebi que era dia 01 de junho (2009). Deu-me aquela sensação que a gente tem quando é dia 01 de janeiro! Aquela sensação de que tudo é possível, de que estamos no início do caminho, que só precisamos dizer: "Vou começar este caminho!" para, de fato, começá-lo... Uma sensação de possibilidade e potencialidade. Eu posso, porque o bonde ainda está aqui e eu posso começar algo novo. Resolvi embarcar!
Foi assim que comecei a "rezar Santo Antônio".
- Mainha? Você faz um mungunzá, para de noite eu poder rezar Santo Antônio?
- Mungunzá?
- É! Ou um mingal, alguma coisa, porque eu resolvi que vou rezar Santo Antônio este ano.
- Tá. Eu vou ver.
"Eu vou ver" significou não fazer, mas você pensa que eu me abati? Cheguei em casa não tinha nada para servir às pessoas, mas eu estava decidida e "com mungunzá ou sem mungunzá, eu vou rezar!". Arrumei um altarzinho com um santinho minúsculo que eu tinha ganhado de uma senhorinha que foi minha vizinha e os distribuiu de lembrança da sua reza - aquela vizinha com quem Clara aprendera uns hinos, chamei uns vizinhos e toquei meu bonde - ou minha trezena!
Claro que diante de tal decisão, minha mãe arranjou o que servir. Acho que foi um mingal de tapioca de última hora, mas ficou dos deuses... Ou do Santo!
Oi Val! Estou espero noticias de Paulinho, quase trez meses e ainda nâo tem noticias. Gostei seu blog eu näo freqüentar social media muito - eu conseguir manter contato sem esse tipo de comunicação - eu diferente.
ResponderExcluirgugu
Adorei sua história sobre Santo Antonio, eu sou devota dele e rezo a trezena a 26 anos. Para mim
ResponderExcluirSanto Antonio é sinal de vitórias e realizações.
Te desejo boa sorte e muitas graças na sua vida.
Angela Bispo
Hi Gugu,
ResponderExcluirI have new for you. I am sending by mail.
Kisses, Valéria
Tenho uma história antiga com o Antônio também. Meus pais começaram a namorar em um dos dias da trezena de santo Antônio, rezada na casa de minha avó materna, vó Lourdes. Quando criança eu acompanhava essa avó nas rezas pelas casas da vizinhança que só começava quando ela chegava. Ela era rezadeira de "voz cheia". Adorava os mingaus, os mugunzás, os bolos, os foguetes...
ResponderExcluirDepois de um tempo passei a passar a limpo para outros cadernos as letras dos cânticos. Mas, nunca consegui chegar perto da beleza de sua letra bordada. Herdei seu caderninho antigo, bem amarelado que guardo com muito carinho.
Saudades...
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